Especial The Joshua Tree: A estética do álbum
Especial The Joshua Tree: A estética do álbum
26 de fevereiro de 2017
Especial The Joshua Tree: A estética do álbum
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Marina
Newsposter e colunista do U2 Brasil

No capítulo dessa semana, vamos conhecer a composição estética do álbum ‘The Joshua Tree’. Como já vimos nas edições anteriores do nosso especial, o TJT encarna o espírito crítico e combativo irlandês do U2, debruçando-o sobre a cena política e social dos Estados Unidos. E essa alegoria se reflete nas imagens associadas ao álbum.

Desertos. A imagem de um grande deserto norte-americano tornou-se a imagem recorrentemente associada ao The Joshua Tree. Na época que antecede o lançamento do álbum, o U2 encerrava em si sentimentos antagônicos pelos Estados Unidos. De um lado, uma profunda antipatia pelas relações políticas que aquele país estabelecia com o resto do mundo; mas, de outro lado, um encantamento com a liberdade – com os espaços abertos que os Estados Unidos criavam para seus cidadãos.

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A cena desértica pitoresca de uma região do país tornou-se, então, uma metáfora desses espaços abertos – dos terrenos livres para o exercício da liberdade. São palavras de Bono:

"Eu amo estar lá, eu amo a América, eu amo o sentimento de espaços abertos, eu amo os desertos, eu amo as cadeias montanhosas, eu ainda amo as cidades. Assim, tendo caído no amor com a América ao longo dos anos que nós estivemos lá em turnê, eu tive então que a 'lidar com' a América e do jeito que estava me afetando, porque a América está a produzir tal efeito sobre o mundo no momento. Neste disco eu tinha que lidar com isso no plano político pela primeira vez, de uma maneira sutil".

Adam também falou sobre o assunto:

“O deserto foi extremamente inspirador para nós como imagem mental para este registro. (...) Acho que é algum tipo de lugar inóspito, que naturalmente, é verdade. Mas no plano mental, é também uma imagem muito positiva, porque você realmente pode fazer alguma coisa com uma tela em branco, que é efetivamente o que o deserto é".

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O deserto passou a ser, então, mais que a representação cênica de um terreno livre para o exercício da liberdade. Após as turnês de álbuns anteriores, o U2 estava sobremaneira influenciado pelas paisagens e peculiaridades geográficas dos Estados Unidos.

Mas nada os fascinou tanto quanto o deserto: todos os seus elementos estavam revestidos de uma mística que foi incorporada, inclusive, às letras das canções, que exploraram magistralmente secas espirituais e desertos mentais. O que dizer da busca frustrada de I Still Haven´t Found What I am Looking For?

Compreendida a importância e a profundidade da representação do deserto nesse álbum, sabemos que o U2 pediu ao fotógrafo Anton Corbijn para que procurasse um cenário real adequado a transmitir ao público essas sensações. E assim a banda saiu em viagem pelo deserto da Califórnia, em uma viagem de alguns dias, para fotos.

Para essa viagem, Anton tentou fazer uso de uma câmera panorâmica, que favorecesse a captura dos grandes espaços desérticos. Por isso, frequentemente vemos imagens dos integrantes do U2 à margem das fotos, com foco no deserto, o que Anton posteriormente chamou de “o homem, o meio ambiente e os irlandeses na América’.

Ao fim do primeiro dia, Anton apresentou à banda a Joshua Tree (“árvore de Josué”), um tipo de planta adaptada ao deserto por sua resistência, sugerindo-a como elemento a ser incorporado nas fotos.

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Bono descobriu que a planta possuía um significado bíblico, posto que a árvore foi assim batizada por lembrar aos antigos colonos da região do profeta Josué, com as mãos erguidas em oração. Assim, a Joshua Tree do deserto deixava de ser um elemento das fotos: passaria a ser o título do álbum.

Então, banda e fotógrafo passaram a procurar pelo deserto uma árvore que estivesse isolada, posto que produziria melhores fotos. O ambiente era um deserto, mas o clima estava bastante frio, o que fez a banda necessitar usar casacos e outras roupas de frio para algumas fotos. O efeito de desolação das fotos, assim, acabou ficando completo.

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O deserto. O frio. A árvore que remete ao profeta Josué em oração. O U2 à margem de um grande espaço vazio. O terreno aberto das liberdades, o vazio espiritual. Esses são os elementos que compõem a atmosfera visual e cênica do The Joshua Tree. Perdeu algum capítulo do nosso especial? Clique aqui!

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