2016: Feliz nosso aniversário!
2016: Feliz nosso aniversário!
25 de setembro de 2016
2016: Feliz nosso aniversário!
Vicky
Editora do U2 Brasil

Pensei em começar esse texto naquele esquema de falar de sonhos, realizações, trabalho, mas poderia soar auto-ajuda demais... Pensei em enumerar os feitos da banda, afinal contra fatos não há argumentos, mas um sentimento é muito mais forte do que um pensamento, então que se danem os números, pensei em contar a história da minha vida com a banda, em rasgar o peito, abrir o coração, mas não, talvez ficasse piegas demais.

Simplesmente desisti de pensar... U2 chega aos 40 anos e não podemos pensar a banda, apenas vivemos, sentimos, respiramos e somos parte dela. Sim, cada fã, cada pessoa que se sente tocada por qualquer uma das músicas – ou até mesmo irritada – é um membro do U2, a banda é nossa, e nós somos deles. Temos o direito de chorar com eles, temos o direito de estarmos felizes com eles, temos o direito de sermos eles, temos o direito de comemorar esses 40 anos como se fossem os nossos 40 anos – mesmo que você tenha 10 e escute U2 por causa dos seus pais, ou tenha 80 e não aguente o Bono querendo salvar o mundo -, como se fossem 40 anos de um capítulo único na História da Música.

Sim, aos críticos, aos chatos, aos que vêm o U2 como apenas a banda de um nanico chato, com músicas que oscilam entre os hits, as baladas e coisas que eu não quero ouvir, lamento muito, mas eles mudaram a História da Música e escreveram seu nome no Santo Livro das Grandes Bandas para sempre. Pense na Irlanda, um país que, em 1976, não era independente nem há 50 anos, dividido entre duas realidades, a margem do que era ser novo, o que era ser uma colônia, onde estavam no mundo... Pensem em 4 garotos que eram a síntese de um cenário tão desconhecido, confuso e misturado como esse no qual o seu país, a sua cidade se encontrava. Eles não eram óbvios, eles não eram modelos... Eles queriam encontrar uma voz, queriam esconder perdas, queriam apenas serem ouvidos.... The Clash, Ramones, Elvis, Beatles.... Era o que escutavam... Eram o que ouviam.... Mas não necessariamente o que queriam dizer... Uma escola, um anúncio, um baterista, uma cozinha, um vocalista que ainda não sabia cantar, um guitarrista tocando um instrumento que tinha montado em casa, um baixista que tinha o estilo e não a técnica.... Sul e Norte, Irlanda, Gales, Inglaterra...

Pouco mais de 10 anos depois, aqueles mesmos garotos já eram uma das bandas mais respeitadas e bem-sucedidas que os anos 80 haviam produzido, enquanto outros estouros do início do new wave e outros movimentos tornaram-se passado e apenas “one hit-wonders” Bono, Edge, Adam e Larry, orgulhavam-se de terem “conquistado a América”, ou seja os meninos daquela perdida Ilha Esmeralda faziam sucesso nas rádios e estádios nos quais antes só viam seus ídolos se apresentarem. Em pouco mais de 10 anos “Sunday Bloody Sunday”, “Pride”, “New Year’s Day”, “I Still Haven’t Found”, “Where The Streets Have No Name”, “Bad", “40”, “I Will Follow”, sim, todas essas músicas que nós escutamos até hoje, que soam diferente a cada ouvida, que mexem com cada coração, embalam cada sonho, foram feitas em um intervalo tão pequeno por audaciosos que não haviam chego nem aos seus 30 anos de vida. O U2 nem havia debutado e já ganhara Grammy de melhor álbum, já havia sido capa da Rolling Stone, Time Magazine e de tantos outros meios, já havia derrubado lágrimas no Live Aid... A guitarra infinita de The Edge, o estilo de Adam, a entrega de Bono e a condução de Larry os levavam cada vez mais longe.

Os anos 90 mudaram a cara do mundo, e mudaram a cara do U2, e o U2 mudou a cara dos shows. Se hoje em dia você tem de Luan Santana a Iron Maiden com telões imensos, efeitos especiais, megaproduções, agradeça ao U2 e a sua “Zoo TV”, foram eles, foi Mr. Macphisto, The Fly e Mirrorball Man que mostraram que uma noite em uma apresentação musical não é apenas o som, é a experiência, é a vivência. Foi a época que o U2 dos anos 90 derrubou a machadadas o que construiu nos anos 80, foi a época que quase acabaram, mas como outros artistas foram a Berlim e se encontraram, se redescobriram como banda, como pessoas, como amigos, como companheiros. Foi a fase na qual Adam teve problemas, foi a fase na qual encontraram a música eletrônica, foi a fase em que cantaram com Pavarotti, denunciaram os absurdos acontecidos na Guerra da Bósnia, pediram pizza por telefone, passaram trotes para George Bush... Mais uma década que eles foram apenas um, sem serem os mesmos.

Os anos 2000 determinaram o que os anteriores construíram: ninguém vende mais ingressos para shows que o U2, ninguém mobiliza tantos fãs quanto eles. Certo que eles gostam de dar uma enrolada em nós, pobres mortais, anunciando discos que nunca saem, atrasando prazos, Bono passando por cirurgia, caindo de bicicleta, mas o motivo por querermos mais e esperamos cada vez mais é que, honestamente ficamos mal-acostumados. U2 é onipresente em nossas vidas, e queremos que continue assim para sempre, nos familiarizamos a vermos os grandes palcos, Bono se intrometendo em assuntos que vão de A a Z, aparecendo ao lado de todas as personalidades, sejam elas políticos, outros músicos, acostumamos com as visitas sem aviso do nosso inglês / irlandês / brazuca Adam Clayton,  e até mesmo com a carinha mal-humorada do nosso malvado / chefe favorito Larry Mullen. Enquanto muitos se limitam ao óbvio, o mesmo, foram eles que nessa época nos deram “Beautiful Day”, “Vertigo”, “Elevation”, “Stuck in a Moment”... E nos proporcionaram duas visitas.

E chegamos aos 40 anos... O que esperar, o que desejar, o que sentir? Apesar de sermos críticos, apesar de as vezes ingratamente reclamarmos que a banda não faz nada novo, que não queremos ouvir as mesmas músicas, que não queremos mais tantas coisas ou irritados por eles não terem mostrado uma música nova e errado as antigas no iHeart Festival ontem, o U2 continua sendo uma das únicas bandas a procurar um novo caminho sempre, seja em parcerias controversas como as que fizeram com a Apple ou inovando com a tecnologia usada no show. Mas o melhor que eles sempre tiveram, sempre fizeram e continuam fazendo está ali e vai estar. Eles se mantêm nos dando a voz, a mesma voz que procuraram há tanto tempo nos corredores da sua escola em Dublin, a voz para falar de amor, a voz para esquecer a morte, a voz para aceitar e entender as mudanças, a voz para falar com os amigos, a voz para procurar a saída, a voz para continuar xavecando a mesma menina de olhos castanhos ou desejar o mesmo garoto de olhos azuis, a mão que nos leva para lugares que nunca conhecemos, os pés que nos guiam por todas as jornadas.

Hoje é o nosso aniversário, o aniversário da nossa banda, o aniversário da nossa vida.

Parabéns U2 e muito obrigado.

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