Crônica: “A arma secreta no meio da arena…”
Crônica: “A arma secreta no meio da arena…”
17 de maio de 2015
Crônica: “A arma secreta no meio da arena…”
Victor Ruyz
Colunista do U2 Brasil

Simplesmente servir o mesmo prato duas vezes não é o modo como o U2 atua. Assim que subiram no palco da Rogers Arena para o segundo show da turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE – e o último em Vancouver – ficou claro que se alguns ingredientes seriam diferentes dos usados 24 horas antes, os resultados seriam os mesmos: por todos os lados, a aprovação da plateia.

Para aqueles que experimentavam, pela primeira vez, a incrível nova tecnologia usada pela banda em seu novo espetáculo, havia o mesmo olhar de admiração que pôde-se observar em muitos rostos na noite de abertura. Para qualquer um que também esteve presente no show anterior, foi uma oportunidade de experimentar novamente uma produção que está pronta para se tornar algo histórico - desta vez com um setlist significantemente modelado. "A noite passada foi realmente ótima," disse Bono. "Esta noite será realmente melhor."

O uso de dois discos dos Ramones confirmou que a abertura com "The Miracle (Of Joey Ramone)" tinha permanecido no mesmo lugar.  A bravura de voltar a usar uma nova música como base foi recompensada pela grande confirmação que esta tem o potencial para se juntar à vasta lista do U2 de canções que incendeiam a plateia. Isso ficou óbvio no modo como os ali presentes amam rugir o refrão o mais alto que podem – e isso após a música ser tocada duas vezes ao vivo.

"Vertigo" subiu ao segundo lugar na lista de execução, seguida por um outro item do novo álbum que não aparecera na noite anterior, "California (There Is No End To Love)". A grande e firme "I Will Follow" permaneceu do jeito que foi na abertura, a modo que uma certa temática de inocência estava sendo portada no palco sem adornos, iluminado principalmente por uma única lâmpada gigante que surgiu como um pêndulo.

A transição de inocência para experiência carregada no novo álbum foi novamente representada pelo surgimento do chamado "divisor". Este é um gigante telão construído, com uma passarela abaixo de si que atravessa-o pelo meio, com imagens – sejam elas animadas, gravações ou vida real.

Na presença disto, o U2 tem uma arma secreta. O telão pode carregar impressionantes visuais que ilustram o caminho de volta do vocalista através de "Cedarwood Road"; ou pode carregar os impactantes fatos que explicam "Raised By Wolves", com imagens daqueles que morreram nos bombardeios terroristas ocorridos na Irlanda em 1974. "Justiça para os esquecidos", era como a narrativa terminava.

Na mesma veia, "o divisor" se levantava, permitindo que a banda caminhasse dentro dele, para a batida de Larry Mullen Jr. e uma versão unplugged de "Sunday Bloody Sunday". O solo de The Edge ainda causa fervor, ainda que em uma guitarra acústica. Mais tarde, no pequeno palco "b", localizado no término da passarela, The Edge tocou um piano afetuoso para Bono suavemente seguir com "Every Breaking Wave".

Isso foi o testemunho da transbordante riqueza do catálogo da banda, em que músicas principais podem ir e vir de noite para noite sem que se tenha o sentimento de diminuição ou de perda. A música de fechamento do show anterior, "I Still Haven’t Found What I’m Looking For", não apareceu durante a noite toda, e "Desire" também se fora.

Mas foram substituídas à mesma altura, com a entrada de "Angel of Harlem" e o tributo que muitos poderiam estar desejando. As tristes notícias sobre o falecimento de B.B. King que apareceram logo após que o primeiro show terminara, fizeram o palco "b" reviver "When Love Comes To Town". "A emoção nunca irá embora," observou Bono, apropriadamente.

"Beautiful Day" teve o vocalista espontaneamente unindo trechos de Sgt. Pepper ("where did that come from?!", ele se perguntou), e conforme seguíamos para o fim do set principal, "With Or Without You" fez alguns pares dançarem lentamente. O renascimento de "Miracle Drug" e "Bad" começou um encore que teve fãs entoando "Where The Streets Have No Name".

O fechamento do show dessa noite foi uma elegante "One" em um tom menor, e Bono agradeceu a plateia por dar à banda a cidade de Vancouver por cinco semanas para a pré-produção e dois shows memoráveis. Houve a real sensação de que esta cidade terá uma longa passagem na memória do U2, e vice-versa.

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