Crônica: “Primeira noite de nossa aventura…”
Crônica: “Primeira noite de nossa aventura…”
19 de maio de 2015
Crônica: “Primeira noite de nossa aventura…”
Victor Ruyz
Colunista do U2 Brasil

Primeira de duas noites em San José – a primeira nos Estados Unidos. Aqui o que achamos sobre:

1 – "Tudo bem, nós somos uma banda do norte de Dublin, U2, primeiramente chamados The Hype...". "The Miracle (Of Joey Ramone)", "Out of Control", "Vertigo", "I Will Follow", "Iris (Hold Me Close)" – cinco músicas para abrir um novo show do U2, que percorrem por cinco décadas de vida, mal há tempo para conter sua respiração. "Bem vindos a nossa primeira noite de aventura nos Estados Unidos..."

2 – Um show do U2 chega com grandes expectativas e uma quase eufórica antecipação para um rito cultural. É algo impossível de se prever. Por mais de duas horas na última noite, a banda irlandesa de rock apenas fez isso. Um começo com fervor e um fim de livro sob uma matiz tecnológica que é bombástica – uma absurdamente brilhante arena de rock...”

3 – Não há banda de abertura para os shows dessa turnê, mas há bastante "vestígios" – e no intervalo entre a primeira e segunda parte da apresentação a banda deixa o palco por alguns minutos e "o divisor" toma todas as atenções. Na noite passada isso foi o momento da premiere de uma nova apresentação de "The Wanderer" – uma música de 1993, do álbum Zooropa, que conta com a participação de Johnny Cash. Uma hipnotizante peça de arte-video e você não consegue tirar seus olhos da tela, conforme o rosto do ícone – já falecido – musical americano envelhece diante de seus olhos.

"I went out walking through streets paved with gold
Lifted some stones, saw the skin and bones
Of a city without a soul
I went out walking under an atomic sky
Where the ground won't turn and the rain it burns
Like the tears when I said goodbye.
Yeah, I went with nothing, nothing but the thought of you.
I went wandering...."

4 – Há vários palcos nesse show, o principal, o que está no meio do telão, a passarela abaixo deste, e o palco "e" – "e" de experiência. A banda está em todos os lugares e provavelmente nunca esteve tão próxima de sua plateia. E quando os quatro estão juntos no pequeno palco "e", e a arena se ilumina e todos podem ver todos – juntos – cantando "When Love Comes To Town" e "Angel of Harlem", há algo especial. "When Love Comes To Town" foi novamente uma homenagem para BB King – "um príncipe, nobre em todos os aspectos", disse Bono – enquanto "Angel Of Harlem" foi para Revd Cecil Williams, o ministro de Glide United Memorial Methodist Church, em São Francisco – homem de 85 anos que estava presente no show.

5 – Bono, baseado no tema iNNOCENCE + eXPERIENCE da turnê, perguntou para os ali presentes: "Vocês ainda conseguem experimentar a inocência após todos esses anos?" Essa não é uma questão fácil de se tratar com o U2. Quanto a isso, múltiplas gerações podem clamar ao U2 e as histórias de sua origem; sua marca musical do passado que os trouxeram a uma noite de segunda-feira para cantarem juntos – de forma parecida a um grupo religioso – os maiores hits. Junto disso, a banda teve a plateia questionando: Onde está nossa inocência depois dos fatos de Ferguson e durante a crise da AIDS? O que aprendemos com Martin Luther King, e o conflito na Irlanda? Podemos nos tornar cidadãos globais? Qual é a mágica e qual é o truque? Pois bem, isso é o que o U2 faz de melhor. Na era em que milhões de celulares nascem e em tempos de selfie, é uma banda que ainda consegue inserir um pouco de humanidade, caridade e mistério dentro de um rolo compressor de rock ‘n’ roll. Na segunda-feira, foi nostálgico e refrescante – e soou um tanto quanto inocente –, ao mesmo tempo.

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