A história por trás da gravação de “Bullet the Blue Sky”
A história por trás da gravação de “Bullet the Blue Sky”
23 de março de 2017
A história por trás da gravação de “Bullet the Blue Sky”
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Thiago Dos Santos

Enquanto o U2 gravava "The Joshua Tree" em 1986, os integrantes da banda estavam em uma fase focada na cultura Americana. "The Unforgettable Fire" lidava com ícones Americanos como Elvis Presley e Martin Luther King Jr. e agora a banda mergulhava na raiz da música country – blues, folk e gospel.

Mas "The Joshua Tree" não era apenas a celebração dos EUA e sua cultura. Também poderia ser uma exploração de alguns lados mais obscuros do país. Em nenhuma outra faixa do disco isso era mais evidente que em “Bullet the Blue Sky”;

A canção foi inspirada pela visita de Bono a El Salvador com a Anistia Internacional em 1985, em meio a Guerra Civil Salvadorenha. O cantor não estava apenas perturbado pela violência que ele estava presenciando, mas também pelo fato dos EUA estar ajudando e financiando um dos lados do ataque ao comunismo. A mesma visita também trouxe “Mothers of the Disappeared.”

“Eu não acho que estávamos em perigo, mas eu sabia que havia vidas sendo perdidas perto de nós, e eu fiquei mal por eles,” Bono disse na exibição do Hall da Fama do Rock: Mais alto que palavras: Rock, Poder e Política. “Isso me entristeceu como alguém que lê as Escrituras, e pensar que Cristãos na América estavam apoiando esse tipo de coisa, essa guerra por procuração por causa dos comunistas.”

Como um homem de fé, Bono começou a escrever a letra que empregava imagens Bíblicas para descrever o que ele havia testemunhado. “Bullet the Blue Sky” inclui frases que remetem a Jesus sendo pregado na cruz e Jacó lutando com o anjo. No entanto, outra parte foi escrita com um então político em mente. Ele falou sobre o homem com uma “face vermelha como uma rosa em um galho espinhoso.”

“Ele está separando essas notas de dólar, jogando-as na mesa – pagando pela guerra”, Bono disse. “Na minha mente ele era Ronald Reagan, eu não possuía uma compreensão sofisticada do que estava acontecendo, mas como um estudante da não-violência eu tive uma reação violenta ao que eu estava testemunhando.”

Bono tentou compartilhar sua reação com seus colegas de banda quando Adam Clayton, Larry Mullen Jr. e The Edge começaram a gravar “Bullet the Blue Sky” para "The Joshua Tree". Os outros três integrantes da banda tentaram canalizar a raiva do vocalista em uma furiosa canção de rock.

“Quando eu expliquei ao Edge o que eu tinha passado em El Salvador, ele foi capaz de, em uma menção a Jimi Hendrix, tentar colocar um pouco daquele medo e ódio no seu solo de guitarra”, Bono disse. “Nós amarramos meus sentimentos a canção ‘Bullet the Blue Sky’.”

Embora tenha havido alguma consternação sobre como a canção anti-Americana talvez fosse percebida nos EUA, “Bullet the Blue Sky” não atraiu muita controvérsia quando foi incluída em "The Joshua Tree". Embora não tenha sido lançada como single, a canção rapidamente se transformou em um grande destaque da turnê. A letra também foi usada como o título do documentário de 1988 e ao subsequente CD (o híbrido de álbum ao vivo/gravado no estúdio, "Rattle and Hum").

Ao longo dos anos, a banda continua a tocar “Bullet the Blue Sky” em shows, por vezes adaptando a mensagem política a problemas adicionais usando um display, falando sobre Nazismo e consumismo, controle de armas e a crise de refugiados na Europa. Guerras acabam, novas crises começam, e “Bullet the Blue Sky” continua.

Fonte: diffuser.fm

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