Relato da Sil sobre os shows em Vancouver
Relato da Sil sobre os shows em Vancouver
18 de maio de 2015
Relato da Sil sobre os shows em Vancouver
Vicky
Editora do U2 Brasil

Há anos, o U2 tem definido o que acontece no mundo dos megashows, a banda cria palco, conceitos e estruturas únicas, inovadoras, a expectativa para uma nova turnê ganha o mundo, mas para os fãs, ela sempre está mais no coração do que em qualquer outro ponto.

As duas primeiras noites não decepcionaram em nada, nenhum dos que aguardavam. Para aqueles que apreciam apenas um bom espetáculo, os irlandeses trouxeram todo o seu esplendor: um telão que permite que Bono caminhe pela rua de sua juventude, luzes que iluminam o palco com as cores da bandeira da Irlanda, vídeos que mostram aqueles que sofreram em ataques terroristas, aviões sobrevoando a plateia, a doce Iris Hewson por cima de seu filho no palco, pianos surgindo, uma qualidade de som impecável. Para os fãs saudosos, Bono com lágrimas nos olhos relembrando B.B King, um tragicômico tombo de The Edge na primeira noite, um guerreiro Larry ali diante de todos apesar da recente perda do seu pai... As músicas novas mostraram a que vieram, as antigas repaginadas ou de forma clássica, levantaram a todos.

Abaixo você confere nossa entrevista com a Sil:

U2BR – Todos os fãs estão curiosos para saber como funcionou o telão, porque nos vídeos ele está um verdadeiro espetáculo...

Sil – Dependendo do lugar onde você está no show você não vê o telão de jeito nenhum, então se está na junção entre a grade central e a lateral, que foi onde eu fiquei no primeiro show, você não vê absolutamente nada do telão, o que é bem frustrante para um romeiro show que você não sabia o que esperar, eu fiquei bem frustrada. Falei assim: "Já deu esse telão, tira esse telão da minha frente."  Porque não dava para ver nada. Na hora de "Invisible" você não conseguia ver aquele efeito, que os caras vão aparecendo aos poucos, você não vê nada. Então você tem que escolher que perspectiva do show quer ter, não dá para ter tudo. Então se você quer ter uma visão geral legal, se você está ali na pista, ontem (15/05 – segundo show) eu fiquei perto do Edge, na grade frontal, mas mais para o canto, na junção com a Red Zone, dá para ver o telão, só que aí você fica dividido: "Eu vejo o telão, ou o The Edge na minha frente tocando o riff de 'Until The End of The World'"?

U2BR – E aquela intenção que a banda tinha de "Ah, eu quero fazer um show pequeno"... Todos já viram que os lugares são menores e é "tudo menor" em relação a 360, qual a sensação disso? Se a banda passa essa ideia de tentar acolher mais os fãs? O U2 nunca vai ser pequeno mas toda essa estrutura da tour deixa a banda mais perto do público?

Sil – Olha, com um telão daquele tamanho, chamar um show de pequeno é hipocrisia. Se você parte do ponto que o show acontece entre as duas extremidades do palco inteiro, já não é uma coisa intimista, quando eles vão para um lado, o outro já não vê. Por exemplo, eu do lado I não vi nada do que aconteceu no palco E, agora se você tem 3 metros de altura como o meu marido, está tranquilo.

U2BR – Das músicas novas de "Songs of Innocence", qual você acha que ficou melhor ao vivo, qual você acha que precisa melhorar?

Sil – "Iris" ficou demais, mas como eu sou uma grande fã assumida do "Pop", quando eu percebi na primeira palavrinha que ele estava rescitando "Mofo", já surtei. "Iris" na primeira noite foi bem tocante para mim, por eles estarem colocando uma música de "Pop", que é tão esquecido e eles nunca tocam nada. Mas ontem (15) foi mais emocionante que ele ficou repetindo "Iris, Iris..."

Mas a mais emocionante, a que arrepia é "Raised By Wolves", é muito forte, não dá para perceber nos vídeos, não dá para sentir, você precisa estar lá para sentir aquela bateria...

U2BR – Outra coisa que todo mundo perguntou é sobre essa energia do primeiro show, nós vimos que o mundo inteiro estava lá, mas se todos estavam nessa mesma pegada que a gente: "4 anos sem show….", a intensidade... E sobre os canadenses também.

Sil – O mito que o povo brasileiro.... "Ai o show aqui é melhor, o show na Argentina é mais legal, que os fãs daí são mais fãs"... O que a gente tem que entender é que, por exemplo, o caso do meu marido (a Sil é casada com um americano, Ken), mega fã, acompanha a banda desde "Unforgetable Fire Tour"  em tudo o que é lugar, ele acompanha o show balançando a cabecinha e batendo o pé no chão. Não é porque ele não pula, presta atenção, quase não canta, o cara é uma enciclopédia de U2, o que você perguntar da banda ele sabe. Isso não quer dizer que eu que pulo, canto, que grito sou mais fã que ele, não.

Lá no Canadá é um povo mais tranquilo, eu percebi que quem pulava mesmo éramos nós, os gringos embaixo da borda, os latinos. Era a gente que pulava ali na pista. Honestamente eu não prestei atenção no pessoal na arquibancada, eu estava em um estágio tão letárgico: "Meu Deus realmente isso está acontecendo depois de 4 anos..." que não prestei atenção no público. Mas estar ali quietinho, não significa que não está gostando, é só um jeitinho diferente de curtir o show.

U2BR – O que você achou dos arranjos das músicas antigas? Particularmente eu adorei "Sunday Bloody Sunday”, eles arrasaram em "Miracle Drug" e eu adorei "One", mesmo sem a guitarrinha imaginária do Bono. Nos vídeos dá para notar que ele sentiu muita falta dela.

Sil – Que dó ele sem tocar, dá para notar que ele se sentiu vazio, como quando fica procurando alguma coisa, assim ele sente que está faltando. Eu senti ali na hora, a falta do som. Apesar de a gente achar que é só o Edge, sai sim algum som da guitarrinha dele. E como eu não vejo o show para criticar do lado mais técnico, o Luis (que estava acompanhando o show com a Sil), que manja muito de guitarra, ele comentava: "Olha lá, meu Deus, está tudo errado, está fora do tempo, errou bateria, isso, aquilo."

"Miracle Drug" foi uma surpresa, apesar de eu saber que eles tinham ensaiado, e ficou linda.

Eu sou da seguinte opinião: se eu vou em uma turnê nova, eu quero ouvir o máximo de músicas novas do álbum novo que está em trabalho possíveis, ou eu quero ver o máximo de músicas que eu nunca vi na vida. Então quando eles tocaram "Angel of Harlem", eu nunca tinha visto. "When Love Comes to Town" eu já tinha visto com Edge, B.B. King e Bono, então foi a primeira vez que eu vi com a  banda toda mesmo... A segunda noite foi infinitamente melhor do que a primeira.

U2BR – O que você achou do set? Que música você acha que precisa entrar? O pessoal está notando por exemplo que eles enterraram o "No Line", morreu e pronto, "Pop" também quase ninguém lembra.

Sil – Eu já esperava isso, sem surpresa. Eu acho que no máximo vão tocar "Magnificent", rolou um pequeno snippet de "Moment of Surrender", mas acho que não passa disso. Ensaiaram "No Line" também.

U2BR – E que música do CD novo você acha que precisa entrar logo nesses shows? O pessoal está reclamando muito, por exemplo, que querem ouvir "Volcano" ao vivo.

Sil – Eu quero o máximo de músicas novas ao vivo. Na minha opinião eu demorei muito para gostar de "Volcano", mas quero o máximo de músicas novas possíveis... E "Volcano" ela vai entrar sim.

U2BR – Outra coisa que o pessoal está com dúvida também é a questão da entrada. Esta  questão de North /South Side (Lado Norte e Sul).

Sil – Então, é tudo um experimento. Ontem a gente falou com o Guy (Oseary, manager da banda) na grade que o esquema de escanear o cartão de crédito, antes e pegar pulseirinha é bem melhor, porém na hora de abrirem os portões, onde estávamos era dividido em 2 lados por uma coluna... Aquilo era tipo o metrô na hora do rush, estação Sé – Corinthians / Itaquera.... Ficou um fogo cruzado, cada um correndo para um lado. Eu vi uma menina que se estatelou no chão. Até comentei com o Guy que a menina tinha se estabacado, que eu não sabia se corria ou ajudava ela... Ele olhou para a minha cara e falou: "Você correu né?" Mas ele mesmo nos disse que tudo é um experimento, e que o feedback dos fãs é todo muito válido.

U2BR – E sobre o Larry, como ele se portou durante o show? Como ele reagiu quando o Bono agradeceu por estar ali apesar de tudo o que havia acontecido (Larry perdeu o pai no final de semana antes do início da turnê).

Sil – Ontem (15) ele estava mais animadinho, não foi que nem o primeiro que ele deu um tchauzinho e saiu. Ele ficou ali, perdeu um tempinho no palco, os caras já estavam na passarela e ele ficou ali parado para dar um tchauzinho. Mas sabe como é, o Larry é sempre o Larry.

U2BR – E essa turnê você acha que ela funciona em estádios? Porque a "Vertigo", por exemplo, eles adaptaram muito bem para estádios o conceito inicial.

Sil – Eu não vejo essa configuração de palco, não estou falando a tour, só o palco, em estádios. Onde eles vão pendurar aquele telão?

U2BR – A "Vertigo" eles conseguiram adaptar muito bem...

Sil – É, ao menos que eles já tenham dois planos de telão. Pode ser que façam esse telão numa versão Nine Inch Nails, e deixem o telão atrás do palco I, por exemplo. Mas a configuração que está agora é impossível em estádios.

Eles devem ter um plano B, igual tiveram com a Vertigo.

Eu acho que a tour vai para o Brasil sim, é só não se apavorar...

Voltando no telão... É questão de perspectiva, se quiser ver a banda, corre e fica na grade entre o I e o E, agora se quer ver o telão, tem que ficar mais afastada do centro. Ontem (15) eu consegui ver o telão em "Cedarwood Road", e é fantástico.

Sil ainda estará presente em mais 11 shows da turnê, e nós juntamente com ela estamos nos preparando para continuar trazendo a vocês a cobertura mais completa possível! Continuem conosco!

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