Bono e Bill Gates falam sobre ativismo ao El País
Bono e Bill Gates falam sobre ativismo ao El País
01 de março de 2017
Bono e Bill Gates falam sobre ativismo ao El País
Marina
Newsposter e colunista do U2 Brasil

No mês passado noticiamos a participação de Bono na Conferência de Segurança de Munique. Após seu discurso nesse evento, ele e Bill Gates se reuniram para lançar uma mensagem sobre a segurança sanitária global e a redução da desigualdade no mundo e da urgência em combate-la.

Um se veste de terno e gratava, o outro com uma camisa e botas pretas, brincos e óculos de lentes azuis. Um é o empresário norte-americano mais rico do mundo; o outro, uma superestrela do rock. Um é americano, fundador da Microsoft. O outro é irlandês e vocalista do U2

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Bono e Bill Gates participaram em meados de fevereiro da  Conferência de Segurança de Munique, o foro internacional que une líderes de um mundo não tão unido. A sombra de Donald Trump esteve presente em toda reunião ou conversa. Ordem mundial, exércitos, terrorismo, refugiados, Síria, África, notícias falsas, assistência humanitária, bioterrorismo e pobreza: palavras repetidas em todos os discursos. O país anfitrião, Alemanha, deu um passo á frente e impulsionou um novo plano para a África.

Bono e Bill Gates se uniram para enviar uma única mensagem: a saúde global e a redução das desigualdades são armas tão importantes quanto quaisquer outras. Eles se sentaram lado a lado e falaram com gosto. Se conhecem bem. À frente estavam jornalistas de importantes meios de comunicação europeus: La Reppublica, Die Welt e El País.

Um é mais reservado, discreto, atento e muitas vezes aumenta seu braço direito como quem engloba um mundo cheio de desafios e histórias à espera de serem contadas. "Nós amamos os meios de comunicação", diz ele. O outro, mais falador, um ativista declarado, um contador de histórias nato. "A pobreza é sexista", diz ele. Bill Gates bebe Coca-Cola Light e Bono um simples copo de água.

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O que diabos fazem juntos? A íntegra da entrevista pode ser lida no site do El País, mas trazemos alguns destaques dessa entrevista.

Ambos se lembraram de quando se encontraram pela primeira vez, após o 11 de Setembro. Bono fala que Bill Gates comia um Big Mac quando o convidou a usar seu trabalho e experiência na África. A partir de então, começaram a trabalhar juntos. "Nós fizemos grandes avanços em 15 anos", disse Gates. "E supondo que a generosidade permaneça forte, teremos outros 15 anos muito bons no futuro, porque a ciência nos permitirá", continuou ele.

Bono mencionou a carta anual de Bill e Melinda. "É literalmente a melhor notícia do mundo, é incrível: 122 milhões de crianças foram salvas desde 1990. É uma loucura: acho que são mais de 13 mil por dia, algo assim. É uma coisa tremenda", disse ele. "E, se a sua vida não parece útil, se envolver em um movimento como ONE lhe dá uma grande sensação de fazer alguma coisa, porque você realmente tem um impacto. Então, eu diria: 'Participe, participe' porque realmente funciona”.

E mais:

“E não há mais ninguém na Europa que pense que o que está acontecendo no norte da África é irrelevante. Há cinco anos, era fácil pensar ‘não me importo, está longe’, mas agora sabemos o quão próximo está o continente e acho que isso deu relevância ao nosso trabalho, o que torna a Fundação Gates em relação à saúde e ao desenvolvimento da agricultura, bem como a nossa, a encorajar os políticos que estão dispostos a fazer as coisas direito.

Não há nada pior do que um espaço sem governo. No caos, o radicalismo se impõe. Devemos começar a olhar para a África de outra maneira. Há risco, mas é uma grande oportunidade. Vimos o que aconteceu quando a Síria, um país de 22 milhões, cai no esquecimento... Você pode imaginar um país 10 vezes maior? Essa é a Nigéria. É um objetivo declarado do Boko Haram que a Nigéria falhe.

A ideia subjacente a este pacto global para a África é que, ao ter Estados prósperos, as pessoas não queiram deixar o seu país. No ano passado, visitei campos de refugiados em quatro países. O grande assunto em comum da conversa era ‘queremos ir para casa’. Eles não querem pegar um barco para atravessar o mar. Você tem que se aproximar das pessoas, ir onde estão e ajudá-los a avançar e prosperar.

Eu acho que os americanos tornam-se mais patrióticos quando falam sobre o que seu governo está fazendo na luta contra o HIV/AIDS. Eles se sentem muito orgulhosos e esta é a maior intervenção de saúde na história da medicina. E foi um conservador que a liderou, o presidente Bush. Eu estava no Salão Oval e disse: "Essas pílulas... Você pode pintá-las de vermelho, branco e azul, Sr. Presidente, e elas serão a melhor propaganda nos Estados Unidos que você pode conseguir". E ele deu risada, mas levou o projeto adiante, e na verdade, a opinião a favor dos Estados Unidos é realmente crescente na África. Penso que a manutenção dessa relação poderia ser não apenas um imperativo moral, mas também estratégico.

Sabemos que a globalização tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza. E tem sido bom para a economia em geral, mas não para todos. E eu acho que o capitalismo é uma espécie de animal e deve receber ordens sobre como se comportar. Não podemos deixá-lo nos dizer o que temos de fazer. E eu acho que é isso que está acontecendo. Há uma reinicialização,  este é um breve momento. Voltaremos a um momento em que as pessoas confiam umas nas outras. As pessoas falam de pós-modernidade, pós-modernismo... Poderíamos estar em pós-confiança e acho que reconstruir isso vai ser muito importante".

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