eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour: e começa a leg europeia
eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour: e começa a leg europeia
26 de agosto de 2018
eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour: e começa a leg europeia
Marina
Newsposter e colunista do U2 Brasil

No último dia 3 de Julho, o U2 encerrou a primeira leg da e+i Tour, que passou pelo Canadá e Estados Unidos. E no próximo dia 31 (sexta), a tour recomeça na Europa. Nesse artigo, trazemos os destaques da primeira leg e nossos palpites para a leg do Velho Continente. O que teremos de novidade? Que pontos altos serão mantidos? Confira e opine!

1) O telão

A resolução da nova tela é nove vezes melhor que a da antecessora na Innocence Tour. Também conta com 75% de transparência – enquanto que a anterior tinha 45%. Isso significa melhor visibilidade da banda quando ela está na passarela dentro da tela, que cruza a arena e onde habitualmente eles executam algumas canções. Já foi reportado que os equipamentos da banda para essa tour perfazem 89 toneladas.

Mas a grande novidade está no pré-show, que inclui a possibilidade de interação do público através da realidade aumentada no celular. Para isto, basta abrir um aplicativo do U2 no telefone, apontar para a tela e a imagem da ressonância magnética se transforma em um iceberg derretendo, com água jorrando.

Durante “Love iS All We Have Left” (primeira canção do set), enquanto Bono canta, o público pode apontar seus telefones para uma tela gigante e o aplicativo de realidade aumentada revela um grande Bono, azul e tridimensional,  saindo da tela.

2) MacPhisto, o retorno 

Bono trouxe de volta (para delírio dos fãs) sua persona mais icônica e mais reconhecida de todos os tempos, diretamente dos anos 90, "Mr. MacPhisto”. Enquanto o MacPhisto de outrora abusava da extravagância nas roupas e na maquiagem, o atual mostra sua extravagância através da tecnologia (nada mais justo, considerando-se toda tecnologia do show). Enquanto fala, o rosto de Bono é projetado na tela, adquirindo chifres e presas, graças a um filtro de vídeo que hoje está nos Stories do Facebook. Assim, as projeções de telas ajudam a banda a contar a história. MacPhisto aproveitou seus momentos para criticar, sempre à sua maneira ácida e bem humorada questões políticas - especialmente aquelas envolvendo os Estados Unidos.

Encerrando seus discursos com "quando você acredita que eu não existo, eu faço meu melhor trabalho" e citando os versos iniciais de Acrobat, para início apoteótico da canção que, durante muitos anos, foi esperada pelos fãs nos shows.

3) Ativismo

Quem vai a um show do U2 sabe que além de um espetáculo visual e sonoro, será confrontado com as pautas sobre pobreza, justiça social, igualdade para as mulheres e refugiados – são as pautas políticas mais recentes e que, infelizmente, permanecem atuais apesar do passar dos anos (e das tours).

Algumas ilustrações são exibidas antes e durante o show são da criação de Edel Rodriguez, um dos maiores cartunistas da América, famoso por suas sátiras e críticas ácidas – especialmente ao Presidente Trump. Se você quiser ler mais sobre esse trabalho, clique aqui.

O maior impacto nesse sentido, na nossa opinião, esteve nas imagens de documentários de grupos de ódio nos EUA, incluindo comícios nazistas e Ku Klux Klan realizados nos últimos anos. Essas imagens são objeto de um contraponto em "Pride", com imagens de Martin Luther King Jr. e daqueles que se opõem aos grupos de ódio, oferecendo o melhor lado do sonho americano.

4) Arco narrativo

Do que falamos até aqui, vale destacar que o U2 encaixa os elementos para uma apresentação contemporânea “Canções da Inocência e da Experiência” – obra de William Blake que serve de inspiração aos álbuns e à tour.

Vale lembrar que as canções da experiência de Blake invocam os estados de tristeza, de medo, de inibição e de perda da vitalidade. Já falamos que antes da primeira canção do set – "Love is All We Have Left" – é possível ver (e ouvir) um exame de ressonância magnética. “Breath in, Exhale, Thank You”, diz a voz mecânica enquanto são exibidas formas radiológicas no telão. Para além das experiências de enfrentamento da morte referidas por Bono como inspiração para o momento, o exame médico imprime, nos primeiros momentos do show, a imagem mental de degradação física na mente do público. Assim é a sensação da experiência.

À propósito, também já falamos que há a projeção das imagens de ressonância e que destas, a partir de um aplicativo de celular, é possível ver um iceberg derretendo. Questionado, Bono afirmou que é uma metáfora para a consciência. Estados da consciência: a tônica do trabalho de Blake, do qual estamos falando.

Mas não só isso. Coletivamente falando, as canções da experiência de Blake nos remetem à corrupção social e à opressão dos entes dominantes – uma pauta que, como vimos no item anterior, longe de parecer desgastada, surge ainda mais vibrante durante o show.

Na mesma esteira da atmosfera pesada provocada pela experiência e pela presença sombria de Mr. MacPhisto, destacamos que Bono, antes de "Until the End of the World", cita algumas frases de “Senhor das Moscas” (título original: "Lord Of The Flies"). O livro, vencedor de um prêmio Nobel, é uma metáfora de inspiração bíblica que fala, essencialmente, sobre a origem do mal.

Para saber sobre William Blake, clique aqui.

5) Set-list

Os pontos altos do show, como sempre, acontecem quando a banda apoia-se nos elementos de cena para compor o arco narrativo do espetáculo. Destacamos "Desire" e seus arcos aéreos iluminados – com um telão circular inusitado – e "Staring At The Sun", em que o palco “B” vira um sol incandescente e brilhante.

Uma transição entre músicas chamou muita atenção, por como soou bem ao vivo: "The Ocean" – "Iris". Bono inicia "The Ocean" com memórias sobre sua mãe e a termina com um clamor com o nome de Iris, que conduz ao início da canção. Soa incrivelmente bem musicalmente e é emocional. Tocante.

No mais, a banda tem executado 24 canções por shows e vale lembrar que já elegemos, em outro artigo, as nossas 10 mais favoritas.

6) Mudanças para a Europa

Os discursos de Mr. MacPhisto e a pauta política do show devem ser ligeiramente reformulados durante a leg europeia, afastando-se um pouco das críticas ao Governo Trump para voltar-se às questões dos refugiados, um assunto ainda sem solução, já que os países europeus ainda discutem as formas pelas quais doravante irão receber os refugiados.

Vale destacar que quando a tour passou pelo Canadá, Bono fez questão de elogiar o primeiro-ministro Trudeau, por seu posicionamento político, especialmente quando das reuniões do G7, obviamente estabelecendo um comparativo implícito com o presidente norte-americano. A estratégia deve ser repetida na Europa, principalmente em relação à chanceler alemã Angela Merkel.

A banda já anunciou que ouviremos "Summer Love" e "Red Flag Day" – resta saber que canções sairão do set, nesse caso. Infelizmente, não apostamos na saída de "Vertigo" e nem de "Elevation". Torcemos para que a banda permaneça firme na aposta de não incluir no set nenhum hit do álbum "The Joshua Tree".

Diversamente do que aconteceu na Innocence Tour (primeira fase desta tour), não tivemos a presença constante de fãs interagindo com a banda no palco. Igualmente em relação aos convidados famosos: presentes, ficaram na plateia.

Como apostamos ouvir menos sobre a política norte-americana e mais sobre os refugiados (até porque os países da Europa estão entabulando um acordo sobre um plano de recepção e distribuição destas pessoas), alguns elementos de cena devem ser retirados, especialmente durante "American Soul" (se for mantida no set). Essa canção, nos shows do Canadá, não contou com a bandeira norte-americana no fundo do palco e alguns fãs observaram que o megafone do Bono não ostentava as estrelas da bandeira.

E você, o que espera para os shows europeus? Deixe a sua opinião nos comentários!

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