Adam Clayton fala sobre a turnê e “Songs of Experience” à Rolling Stone
Adam Clayton fala sobre a turnê e “Songs of Experience” à Rolling Stone
25 de janeiro de 2017
Adam Clayton fala sobre a turnê e “Songs of Experience” à Rolling Stone
Vetri
Newsposter e editor de vídeo do U2 Brasil

Trinta anos atrás, o sucesso selvagem de The Joshua Tree transformou o U2 na maior banda do planeta. Os sucessos de rádio "With or Without You", "I Still Haven’t Found What I’m Looking For" e "Where The Streets Have No Name" catapultaram a banda desde arenas até estádios, se encontraram com Frank Sinatra, apareceram na capa da revista Time e compartilharam o palco com Bob Dylan, Bruce Springsteen e BB King. "Certamente olhando para trás na turnê naquele momento, foi uma oportunidade extraordinária, libertadora e alegre", diz o baixista Adam Clayton. "Mas foi realmente um tempo difícil tentar entregar essas músicas sob a pressão de crescer das arenas para os estádios. Eu, por exemplo, não me lembro de apreciar muito isso."

Ele provavelmente vai apreciar mais neste verão, quando o U2 tomar a turnê Joshua Tree voltando três décadas no passado. "Acho que este verão é quase uma oportunidade para recuperá-la", diz ele, "e olhar para essas músicas e olhar para o que estava acontecendo e ver onde estamos agora". A revista Rolling Stone conversou com Clayton sobre o ímpeto para a turnê, como o show será estruturado, se os fãs podem esperar ouvir raridades e o que está acontecendo com Songs of Experience.

Sei que a turnê Innocence + Experience foi originalmente prevista para o ano de 2016. O que aconteceu?

Bem, a ideia era que nós realmente queríamos ter certeza de focar no álbum [Songs of] Experience. Quando terminamos a turnê Innocence e nos reunimos para nos concentrarmos no álbum, ficou claro que nós não seríamos capazes de lançá-lo rapidamente com o material Experience e colocá-lo de volta em turnê. Como um desafio que era, "OK, vamos ter que olhar para isso de forma diferente." Além disso, no decorrer desse ano, alguns movimentos políticos estranhos pareciam começar a acontecer. Primeiro de tudo, havia o Brexit no Reino Unido, que era apenas um sinal de que as coisas estavam mudando. Eu não sei como as pessoas reagiram a isso. Então, muito rapidamente por trás disso, tivemos o surgimento de Trump. E isso foi tipo: "Oh, ok, há algo acontecendo aqui, talvez haja algo que perdemos e precisamos começar a prestar atenção a isso". Isso nos encorajou a não terminar o álbum tão rapidamente, sem levarmos em consideração o que isso tudo queria nos dizer.

Eu acho que é interessante poder voltar para o Joshua Tree, porque quando nós o lançamos e estávamos trabalhando nele, era um mundo sombrio em termos de América e Reino Unido. Você tinha um governo de Margaret Thatcher no Reino Unido, que estava tentando destruir o negócio de mineração de carvão e criar um tipo diferente de economia no Reino Unido. Nos Estados Unidos, você tinha a era Regan e o imperialismo entrando na política centro-americana e algumas ações muito ruins passando pelo tráfico de drogas e o dinheiro financiando armas para aquela guerra. Foi um cenário interessante, mas... olhando para 30 anos trás, a história que me diz mais é o quanto eu mudei e quanto eu preciso olhar para bons valores liberais e como o mundo está realmente olhando pra tudo isso, o que eu aceito dos noticiários e o que eu quero da política agora, de alguém que é menos provável em estar de pé na barricada. Eu sou totalmente a favor de novos artistas chegando e fazendo muito barulho, mas estou feliz por ainda ser parte do movimento.

Eu sei que o primeiro pensamento foi talvez fazer um show apenas nos EUA, pela Joshua Tree, e um na Europa. Como isso se transformou em uma turnê inteira?

Bem, uma das primeiras ideias foi que, talvez, por causa da turnê Experience, quando voltarmos a ela será uma turnê indoor que está focada na produção que tínhamos sido pioneiros na turnê Innocence, que vai ser uma produção mais pra frente. Mas nós pensamos: "Bem, talvez em homenagem ao The Joshua Tree, poderíamos voltar naquele tempo e fazer shows que estão muito mais enraizados naquilo que a experiência se trata". Isso porque quando nós fizemos a turnê The Joshua Tree algumas coisas interessantes aconteceram. A turnê começou em arenas no decorrer do ano de progresso do álbum, uma vez que estávamos aos velhos tempos, quando você colocava um álbum, ele vendia e caía no boca à boca e daí ele ficou maior e, eventualmente, chegou ao número um nas paradas e todos sabiam disso. Então, quando isso aconteceu fomos forçados a ir de arenas para estádios, foi um passo enorme, enorme para um bando de caras irlandeses que tinham 25, 26, e tínhamos acabado de colocar as costas nessa coisa chamada U2 e tínhamos já cinco, seis, sete anos de estrada, uma peregrinação em muitas maneiras.

Quando fomos aos estádios, não tínhamos truques. Nós não sabíamos como fazer. Nós nos afastamos do reforço de vídeo, que estava acontecendo na época. Nós pensamos que isso iria, de certa forma, diluir a música. Tivemos uma fervorosa crença de que a música era absolutamente adequada e grande o suficiente para preencher um estádio, por isso foi realmente um desafio para nós. Isso também significava que todas as noites Bono tinha que realmente dar tudo de si para tentar se conectar com as pessoas. De certa forma, essa foi uma tarefa ingrata. Você não pode ganhar em um estádio. Não importa o quão boa são as músicas, você ainda é apenas um ponto no palco e ainda depende do sistema de som para o público. Isso foi muito, muito frustrante.

Falei com Edge há algumas semanas. Ele não tinha certeza se o show iria começar com "Streets" e ir direto para o álbum. Como você vê isso?

Para falar a verdade, nós ainda não nos sentamos e trabalhamos a dinâmica ainda, mas eu suspeito que isso seria a coroa no show. Eu acho que nós, definitivamente, queremos abrir com talvez algo não muito diferente da execução de Songs of Innocence [onde fizemos nossas primeiras canções] e fazer as pessoas gostarem de algo que está vindo e aí elas dão algum sentido na história de onde ela veio. E então... terá uma mudança de cena... Este é o meu palpite. Nós não saberemos até tocarmos algo. Vamos começar com "Streets", ou terminar com ela, eu poderia pensar, mas haverá uma mudança de cena. Se vamos ou não tocar o álbum completamente na sequência, ainda temos que trabalhar nisso. Mas eu acho que será o começo do fim do período de pensamento da América como saudável e benevolente. Realmente, as coisas mudaram um pouco desse ponto. Vai ser difícil ver como o país volta para onde gostaria de estar.

Imagino um desafio tocar o álbum em sequência sendo que as quatro canções mais famosas são as quatro primeiras. E depois disso tem sete canções seguidas que são menos conhecidas para uma audiência maciça. Tocar em sequência poderia ser um desafio em um estádio. Você se preocupa com isso?

Hmmm... Eu acho que nós realmente temos que esperar e ver. Acho que qualquer pessoa que for a um show como este claramente conhece o álbum. O que seria preciso descobrir é se, com nosso conhecimento de 30 anos, precisaríamos de novos ares para uma performance diferente, ou se nós vamos ter que empacotar tudo junto com algumas outras canções que são tematicamente de acordo com aquelas. Mais uma vez, eu gostaria de poder ser mais positivo com isso, mas não estamos tão atrás da linha assim. Temos a aspiração, mas não sabemos realmente como isso vai acontecer. Mas isso vai acontecer e nós sempre brincamos e experimentamos até que esteja bom.

Os fãs estão super empolgados para ouvir "Exit", "Red Hill Mining Town" e "Trip Through Your Wires". Estas são canções que não foram tocadas em 30 anos, ou foram poucas vezes.

“Trip Through Your Wires” acho que foi uma música que tocamos muito bem durante a turnê original. Eu acho que "In God’s Country" também tocamos, mas "Red Hill Mining Town" nunca foi tocada durante aquele período. Ela acabou sofrendo da doença de uma canção-midtempo, e acho que agora nós podemos descobrir maneiras de contornar isso.

É possível vocês tocarem alguma música do álbum Songs of Experience nesta turnê?

Eu desejaria muito que nós pudéssemos tocar alguma coisa desse álbum como parte do show, talvez uma ou duas músicas. Novamente, estou cauteloso em dizer isso. Tudo depende do arco do show e nós temos que descobrir se essas músicas do Experience iriam funcionar bem em um estádio neste contexto, mas eu adoraria ver algumas dessas canções sendo tocadas e as pessoas irem se familiarizando com elas antes do álbum sair.

De um modo geral, deve ser difícil montar um setlist, uma vez que há tantos álbuns e alguns fãs se limitaram a conhecer apenas os grandes hits, e também há os fãs hardcore. Satisfazer a ambos ao mesmo tempo deve ser difícil.

É difícil. Você muito rapidamente percebe isso quando está lá e vê que só há dois tipos de músicas. Há as canções com apelo mais amplo, para a massa, que todos respondem a elas de maneiras instintiva. Acho que isso é isso que um hit de sucesso se trata. Depois, há, como você diz, o lado mais intelectual do que eu chamo de "canções de quarto" que as pessoas têm um relacionamento pessoal, íntimo, mas elas não compartilham com o resto do mundo. Eu acho que nós sempre estamos tentando e andando na linha para ter esses momentos emocionais que são muito mais sobre o que está acontecendo com o público. A canção liberta a experiência da audiência, e então temos essas outras canções que podem aparecer no palco e elas são sobre a música que está acontecendo no palco e o público pode participar disso.

Eu disse ao Edge que as duas músicas que os fãs estão sempre falando são "Acrobat" e "Drowning Man". Vocês nunca tocaram elas. Você acha que isso pode acontecer?

Nós ensaiamos uma versão de "Drowning Man" para a turnê 360°. Eu acho que nós ensaiamos até o momento em que estávamos ensaiando nos estádios. Eu acho que algum comentário de um fã dizia isso. Eu acho que, no final, a canção era muito obscura para ser tocada para um público em estádios [risos]. Mas ela tem alguma coisa. O que nós estávamos fazendo com ela foi bem interessante, mas você instintivamente sabe que não vai funcionar em um estádio. Funcionaria em um clube. Provavelmente não é muito conhecida, mas é uma bela música, muito evocativa. Talvez haja uma maneira de colocá-la.

E quanto à “Acrobat”?

"Acrobat" é um engraçada. Há muita raiva. Mais uma vez, quando estávamos originalmente planejamento aquela turnê era uma das muitas canções do Achtung Baby deixadas de fora, mas talvez haja uma maneira de trazê-la de volta. Talvez não para esta turnê. Eu acho que nós vamos ter de alinhar tudo, a um certo grau, esta é a pré-Joshua Tree e, em seguida, Joshua Tree. Então, depois de Joshua Tree, Achtung Baby talvez seria um grande indicador, mas quem sabe como que isso vai arrasar, depois que tocarmos por duas horas e meia em um estádio.

Vocês já conversaram sobre fazer um show de fãs em um teatro ou clube e ser anunciado apenas com canções obscuras?

A coisa é: se estivéssemos procurando ideias inovadoras, diferentes para se reconectar com o nosso público, eu acho que todas essas coisas seriam válidas. Mas ainda estamos trabalhando muito bem com novos materiais e esse é nosso foco. Esta foi apenas uma oportunidade de dar um passo para o lado e honrar The Joshua Tree. Eu acho que quando todo mundo viu isso como algo que poderia seguir em frente, houve grande impulso e emoção dentro da banda, mas eu acho que este é um passo que não é realmente bem parte do nosso idioma. É apenas único e nós estamos escolhendo este ano para fazer isto.

Você acha que se vocês lançassem "With or Without You" como um single hoje, seria um grande sucesso, ou o rádio mudou tanto que não funcionaria?

Eu acho que você poderia deixar isso de lado. Eu acho que você teria que mudar o vocal. Eu acho que você teria que apertar e programar as faixas rítmicas. Eventualmente, você obteria algo que soa familiar na rádio e iria pesquisar bem, e você pode obter um pouco de tração e pode ser um sucesso. Mas eu acho que se você colocar isso pra fora tal como é, iria ficar perdido no barulho e na bolha daquele som particular que é popular no momento.

É possível que uma banda de rock de 40 anos emplaque um hit quando a maioria dos artistas pop tem seus vinte anos?

Sabe, eu acredito que é possível. Eu não sei qual é a fórmula específica, mas nunca estive tão consciente de que não importa onde eu esteja no mundo, e não sei por que, continuo ouvindo as faixas do Fleetwood Mac. Eu penso, "Por que essas músicas ganharam pernas tão grandes e fortes?" Claro, eles não eram muita coisa na época deles. Eles eram muito universais em termos da letra, mas havia algo sobre o som que não era necessariamente o som clássico daquele período. Eles tinham seu próprio som único e parece ter sobrevivido à música pop do dia.

Sim. Eu acho que "Every Breaking Wave" está entre suas maiores músicas. Se tivesse sido lançado em um tempo diferente, provavelmente teria sido um grande sucesso. Parece que este é um mundo diferente agora.

Sim, é. A conexão emocional com as músicas é diferente, porque as pessoas não pensam nelas como partes de álbuns. Eles não pensam nelas como estilo de vida. Eles não se identificam com elas. Nós vivemos em um mundo onde estas canções são deixadas de lado e começam passar ao redor e elas apenas validam povos em uma maneira diferente.

Você acha que Songs of Experience vai sair no próximo ano? Ou no fim deste ano?

Todos nós queremos muito que ele saia no final deste ano. Não está ainda nada programado. Vamos voltar a isso mais tarde este ano, vamos polir ele e terminá-lo um pouco mais. Mas nós pensamos que estamos lá com ele. Nós precisávamos de muito tempo. Ainda podemos trabalhar nisso durante todo este ano, fazer todo tipo de cirurgia plástica nele. Vai ser um prazer tocar essas canções do Joshua Tree. De certa forma, a experiência de tocar aquelas músicas do Joshua e aquelas canções neste verão, inevitavelmente, não ajudariam [mas] tem algum impacto sobre o que esse disco finalmente irá se tornar quando o terminarmos.

A palavra “nostalgia” está sendo muito usada para esta turnê. Como você se sente sobre isso?

Não é algo que nos interessaria. A razão pela qual o público está lá e compra o ingresso pode ser a de olhar para trás e dizer: "Não foi tão grande? Não foi um grande período? Não fomos nós a geração que mudou as coisas?" Você não pode fazer nada sobre isso. Algumas pessoas podem fazer isso. Eu acho que eu já mencionei isso, é provavelmente muito mais importante usar isso como um ponto de partida sobre como os últimos 30 anos foram para nós. Quem somos agora? Como podemos continuar a agir como membros de uma comunidade e da sociedade e fazer mudanças e escolhas para o futuro?

Vocês se veem ainda na banda quando estiverem na casa dos 70, como os Stones e o The Who?

[Risos] Não posso responder a isso. Talvez eles também não podiam. Eu acho que é fantástico que Pete [Townshend] e Roger [Daltrey] ainda estão fazendo shows em seus 70 anos. Eu diria que se você está em seus 70, geralmente é mais divertido estar no palco com uma banda de rock & roll se essa oportunidade estiver disponível para você, mas eu não sei se isso é algo que você pode planejar. Eu não sei. Eu não sei onde estaremos em nossos anos 70. Eu não sei qual de nós estará em nossos 70.

É um milagre que U2 tenha tido a mesma formação durante 40 anos. Quase nenhum grupo pode reivindicar isso.

Tivemos uma formação muito sólida e estável. Espero que continue assim.

Eu sinto que com Songs of Ascent e tudo o que vocês fizeram durante as sessões de Songs of Innocence e Songs of Experience, há tantas músicas que os fãs nunca tiveram a chance de ouvir, talvez até uma centena. Você acha que essas músicas nunca vão sair de alguma forma ou algo assim?

Novamente, eu nunca quero dizer nunca. Muitas vezes, as coisas que não são concluídas é porque começamos com uma paleta muito ampla e, em seguida, novamente nos concentramos no fato sobre o que é o rock & roll e o que fazemos são, de certa forma, uma paleta estreita. Você precisa se concentrar nisso para ser relevante e para ser parte da discussão. Assim, podemos nos afastar do éter e fazer uma música agradável, jazzística, progressiva e atmosférica - não reflete necessariamente o que o U2 deveria estar fazendo e como deveríamos nos conectar com nossa gente lá fora.

Você já sentiu que a banda estivesse lutando contra a gravidade? São tão poucas as bandas que já fizeram um trabalho por 40 anos e estiveram conectadas com um público em massa. Ao mesmo tempo, o rock não está mais no centro da cultura. É muita coisa contra para se trabalhar.

Hmmm ... sim. Existem regras e critérios diferentes para a operação. Eu meio que sinto que a tecnologia de como isso tudo funciona mudou muito ao longo dos anos. Se você olhar para as grandes bandas da década de 1940, essas bandas foram reduzidas a quartetos e quintetos depois da guerra, porque não havia dinheiro para pagar por bandas grandes ou pagar por gasolina e ônibus. Então você veio para o período em que os instrumentos elétricos fizeram com que poucas pessoas pudessem fazer um grande som e entreter as pessoas. Estamos agora em um estado crítico no mundo da música, porque as vendas no sentido real não existem, você não pode mais apoiar bandas como apoiava antes, em termos de economia. Na verdade, os cantores agora estão descobrindo, muitas vezes com computadores, que eles podem fazer um som no mundo digital e fazer uma voz caber bem nele de uma maneira especial. Eles não têm a sobrecarga de uma banda no estúdio ou qualquer coisa. Então, sim, as forças econômicas mudaram muito.

Penso também que naquele período da década de 1960, houve a contracultura e a informação foi traduzida através desse movimento juvenil e esse movimento de contracultura através da música e das ideias. A internet mudou completamente isso. As pessoas se relacionam entre si de uma maneira diferente e se comunicam de maneiras diferentes. Tem mais sofisticação em tantas maneiras diferentes. Estamos, para usar seu termo, um pouco nadando contra a maré, mas eu estou esperando que alguns desses valores... Eu não sei se podemos fazer isso novamente nesse tipo de caminho. Vai mudar. O futuro vai ser diferente, e quem sabe o que vem com ele?

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