U2 em Paris: Stronger Than Fear
U2 em Paris: Stronger Than Fear
07 de dezembro de 2015
U2 em Paris: Stronger Than Fear
Marina
Newsposter e colunista do U2 Brasil

Em 14 de novembro, o U2 cancelou dois shows que realizaria na capital francesa: a decisão de cancelamento se deu um dia após os atentados que vitimaram mais de 100 pessoas e consternaram todo o mundo. Isso porque quando dos atentados, fora decretado Estado de Emergência na França: aeroportos e fronteiras do país foram fechados e a Força de Segurança Nacional foi colocada nas ruas, inclusive com algumas restrições momentâneas de circulação pela cidade para a realização de buscas e prevenção de novos ataques. Naquele momento, a banda se afirmou "totalmente determinada" a retornar no "momento apropriado". Com os shows de ontem e hoje, esse momento chegou e talvez não tenhamos dado a real dimensão ao significado das novas datas: um ato que vai além do cumprimento de uma agenda, é um reflexo dos ideais pelos quais a banda sempre lutou em sua carreira.

O terror, os conflitos bélicos e a intolerância fazem parte do histórico da banda. Nunca é demais lembrar que a banda nasce e se consolida na cena musical em uma Irlanda devastada pelos conflitos entre o IRA e a Grã-Bretanha nos anos 70/80. Daquela época, as mais amargas lembranças do povo irlandês: bombardeios, assassinatos e violência motivada por embates religiosos entre católicos e protestantes. Muitas canções da banda são inspiradas nesse cenário desolador de guerra e caos. A mais recente delas, 'Raised By Wolves', conta sobre a explosão de um carro-bomba terrorista em Dublin, em 1974 (para não falarmos da mais conhecida das canções da banda, 'Sunday Bloody Sunday').

Sobre isso, The Edge declarou ao The New York Times: "algumas de nossas canções remontam à década de 80, sobre os acontecimentos na Irlanda e, de repente, têm um novo significado e uma conexão com esses terríveis acontecimentos em Paris". Arrematado por Bono, posteriormente: "suponho que o irlandês em nós apenas não quer ceder ao terrorismo. Nós tivemos isso em toda nossa vida".

Assim, tanto nas letras de suas canções, quanto nos discursos que sempre permeiam os shows, como também fora dos palcos, a banda sempre esteve empenhada em demonstrar seu posicionamento intransigente a favor da paz, da cooperação entre os povos e da não-violência. Não é de hoje que o U2 levanta a bandeira "liberté, igualité, fraternité" [liberdade, igualdade, fraternidade]. Essa bandeira é a marca registrada da banda ao longo do tempo, empunhada entusiasticamente sob diversas formas e conteúdos.

Liberdade para todos os indivíduos em suas crenças e costumes; igualdade entre todos os seres humanos; fraternidade pela cooperação entre os povos. Nada mais resume melhor o trabalho do U2.

A propósito, é de se lembrar que esta não é a primeira vez que o U2 homenageia vítimas de atentados e seus familiares. É assim em qualquer lugar do mundo em que estejam: dos Estados Unidos, logo após os atentados do 11 de Setembro; ao Brasil, pós-massacre de 12 crianças em um Escola Pública no Rio de Janeiro, em abril de 2011. A banda carrega, em si, a vontade de se solidarizar à dor e de auxiliar na busca da paz.

A busca de condições dignas e igualitárias motiva a banda a se engajar em diversas causas sociais, sendo a mais conhecida delas, o combate ao vírus HIV, especialmente em território africano, através da (RED) e da ONE. Mas não nos esqueçamos do apoio dado aos refugiados na tour em andamento e das outras tantas causas da Anistia Internacional apoiadas em tours anteriores.

Ou seja: não é aleatório ou isolado o apoio da banda ao povo francês. Essa luta por um mundo melhor faz parte da missão da banda. É o seu ideal, sua meta, seu fim: tanto quanto a produção de boas músicas. Proclamar o retorno a Paris como um desafio é como a banda reforça e reafirma seu compromisso:

"O terrorismo se baseia em pessoas sendo aterrorizadas e nós não vamos ser (...). O ISIS e estes tipos de extremistas são um culto à morte. Nós somos um culto à vida. Rock n'roll é uma força da vida e sua alegria é como um ato de desafio. Isso é o que o U2 é.  Esse é o cerne da nossa banda (...). Este não é um show para os heróis. Isto é apenas: 'façam suas coisas'. Isso é o que os franceses querem que façamos. Nós estamos fazendo o que eles dizem" – Bono

A banda tem sido mais forte que o medo em seus quase 40 anos de carreira. Está sendomais forte que o medo agora, com o compromisso de fazer da alegria do rock´n´roll um ato de desafio e ao conclamar as pessoas a que continuem com suas vidas normais. Continuará sendo mais forte que o medo, pois esse é o compromisso do U2. É o que seu público apaixonado mais admira, mais espera e, principalmente, mais apoia.#StrongerThanFear 

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